segunda-feira, 1 de novembro de 2010


 No dia da ira. Rm 2.5b, 6



Literalmente, introduzido no dia [grego, eiççççcç r||iépav, para o dia). Os ímpios, agora, amontoam em torno de si a ira divina, cuja força será derramada sobre suas cabeças naquele dia. A destruição virá sobre eles secretamente, a qual será, então, tirada dos tesouros divinos. O dia do juízo final é chamado o dia da ira, quando a referência é feita aos ímpios, embora o mesmo será um dia de redenção para os crentes. Semelhantemente, todas as outras visitações de Deus, no tocante aos ímpios, são sempre descritas como sendo horríveis e cheias de ameaças; no tocante aos fiéis, porém, suas visitações são agradáveis e trazem alegria. Daí, sempre que a Escritura faz menção da proximidade do Senhor, o fiel é convidado a exultar com intenso júbilo. Entretanto, quando se dirige aos réprobos, ela os golpeia com nada menos do que terror e medo. Diz Sofonias: "Aquele dia será um dia de indignação, dia de tribulação e de angustia, dia de alvoroço e de assolação, dia de trevas e de escuridão, dia de nuvens e de densas trevas" [Sf 1.15]. Há uma descrição similar em Joel 2.2, e Amós declara: "Ai daqueles que desejam o dia do Senhor! Para que quereis vós este dia do Senhor? Será de trevas e não de luz" (Am 5.18). Ao adicionar a palavra revelação, Paulo indica o que será esse dia de ira, ou seja: que o Senhor, então, manifestará seu juízo. Embora todos os dias ele dá indicações de seu juízo, todavia suspende e retém a clara e plena manifestação dele até àquele dia quando se abrirão os livros, as ovelhas serão separadas dos cabritos e se limpará o trigo do joio.

6.        O qual retribuirá a cada um segundo suas obras.

Paulo está a tratar com cegos pretendentes a 'santarrões', que acreditam que a perversidade de seus corações está bem oculta, desde que esteja coberta com, pelo menos, alguma aparência de obras fúteis. Ele, pois, realça a genuína justiça das obras que Deus leva em conta, caso presumam os homens, com base em sua falsa confiança, que é bastante agradar a Deus pronunciando palavras e meras bagatelas. Esta cláusula, contudo, não é tão difícil como geralmente se pretende. Ao punir a perversidade dos réprobos com justa vingança, o Senhor lhes dará o que realmente merecem; e, finalmente, visto que ele santifica os que previamente resolveu glorificar, ele igualmente coroará suas boas obras, porém não em consideração de algum mérito inerente neles. Esta prova, contudo, não pode ser extraída do presente versículo que, enquanto declara que recompensa as boas obras terão, não afirma, porém, seu valor ou o preço que lhes é estipulado. E uma insensatez concluir que algo possui mérito só porque é recompensado.

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