sábado, 8 de outubro de 2011

Transportado acima das circunstâncias – M. Lloyd-Jones


"Vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus". Essa é a resposta. Mas é de importância vital que saibamos precisamente como tratar disso. O apóstolo diz: "Vossas petições sejam conhecidas diante de Deus". "Ah", dizem muitos sofredores, "mas eu já tentei, eu já orei; e não encontrei a paz de que você fala. Não obtive resposta. Não adianta me dizer para orar". Felizmente para nós, o apóstolo também entendeu isso, e deixou-nos instruções específicas sobre como cumprir sua exortação. "Não estejais inquietos por coisa alguma; antes as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus pela oração e súplicas, com ação de graças". O apóstolo estaria apenas amontoando palavras aqui, ou estaria falando ponderadamente? Posso mostrar que ele na verdade está falando ponderadamente e com sabedoria, ao nos mostrar como tornar nossas petições conhecidas diante de Deus.


Como devemos fazer isso? Ele diz que devemos orar. Ele estabelece uma diferença entre oração, súplica e ação de graças. O que ele quer dizer com oração? Este é o termo mais geral, e significa adoração e louvor. Se têm problemas que parecem insolúveis, se estão sujeitos a ficarem ansiosos e preocupados, e alguém lhes diz para orar, não corram a Deus com suas petições. Esse não é o caminho certo. Antes de tornar suas petições conhecidas diante de Deus, orem, louvem, adorem. Entrem na presença de Deus, e esqueçam os seus problemas por um pouco. Não comecem com eles. É só lembrar que estão face a face com Deus. Essa idéia de "face a face" está imbuída no próprio sentido da palavra "oração". Vocês entram na presença de Deus, tomam consciência da Sua presença, e ponderam na Sua presença — esse sempre é o primeiro passo. Mesmo antes de tornar suas petições conhecidas diante de Deus, vocês tomam consciência que estão face a face com Deus, que estão em Sua presença, e derramam seus corações em adoração. Esse é o começo.


Mas depois da oração vem a súplica. Agora estamos avançando. Depois de adorar a Deus porque Ele é Deus, tendo oferecido nossa adoração e louvor de forma geral, passamos agora ao particular, e o apóstolo aqui nos encoraja a apresentar as nossas súplicas. Ele diz que podemos apresentar necessidades específicas a Deus, que a petição é uma parte legítima da oração. Então traze¬mos nossas petições, aquelas coisas que estão nos preocupando de forma particular.


Estamos agora chegando perto de tornar as nossas petições conhecidas a Deus. Mas, um momento — ainda há uma coisa antes: "pela oração e súplicas, com ação de graças". Esse é um dos termos mais vitais desta lista. E é exatamente neste ponto que tantos se desviam quando estão nessa situação de que o apóstolo está tratando. Creio que não é necessário discorrer sobre o fato que, em conexão com estes passos, o apóstolo não estava simplesmente interessado em fórmulas litúrgicas. Que tragédia, que tantas pessoas se interessam pela adoração meramente num sentido litúrgico. O apóstolo não está preocupado com isso. Ele não está interessado em formalidades e cerimônias; está interessado em adoração, e ação de graças é absolutamente essencial, pela seguinte razão. Se, ao orar, temos qualquer ressentimento contra Deus em nosso coração, não temos o direito de esperar que a Sua paz guarde nosso coração e a nossa mente. Se caímos de joelhos, sentindo que Deus está contra nós, é melhor nos levantarmos. Devemos nos aproximar dEle "com ação de graças". Não podemos ter qualquer dúvida em nosso coração sobre a bondade de Deus. Não pode haver qualquer indagação ou desconfiança; devemos ter razões positivas para dar graças a Deus. Temos nossos problemas e dificuldades, mas quando estamos de joelhos, deve¬mos nos perguntar: "Pelo que posso dar graças a Deus?" Precisamos fazer isso deliberadamente, e é algo que podemos fazer. Devemos nos lembrar disso, e dizer: "Estou com problemas neste momento, mas posso dar graças a Deus por minha salvação, porque ele enviou Seu Filho para morrer na cruz por mim e por meus pecados. Estou enfrentando um problema terrível, eu sei, mas Ele fez isso por mim. Dou graças a Deus por ter enviado Seu Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, a este mundo. Agradeço a Ele por ter levado meus pecados em Seu corpo sobre a cruz, e por ter ressuscitado por minha justificação. Vou derramar meu coração em ação de graças por isso. E vou agradecer a Ele pelas muitas bênçãos que recebi no passado". Precisamos trazer à nossa mente razões para agradecer e louvar a Deus. Devemos nos lembrar que Ele é nosso Pai, que nos ama tanto, que até os cabelos da nossa cabeça estão contados. E depois de nos lembrarmos destas coisas, devemos derramar nosso coração em ação de graças. Precisamos ter um relacionamento acertado com Deus. Devemos compreender a verdade a Seu respeito. Portanto, devemos entrar em Sua presença com amor, louvor, adoração e fé confiante, e então tornar nossas petições conhecidas diante dEle. A oração que Paulo está pleiteando, em outras palavras, não é um grito desesperado no escuro, não é um apelo frenético a Deus, sem raciocínio ou ponderação. Não! Primeiro nós entendemos e nos lembramos de que estamos adorando um bendito, glorioso Deus. Adoramos primeiro, e então tornamos nossas petições conhecidas.


Apressemo-nos para outro grande princípio, que é a graciosa promessa de Deus a todos que fazem isso. Vimos o que precisamos fazer, fomos instruídos sobre como devemos tratar da questão, e agora vem a graciosa promessa a todos que fazem o que o apóstolo diz. Isto, obviamente, é o melhor de tudo, mas precisamos aprender como olhar para isso. Observaram a promessa, observaram seu caráter, observaram que nem sequer menciona as coisas que nos preocupam? Esse é o aspecto peculiar a respeito do método cristão de tratar da ansiedade. "Em tudo", diz o apóstolo — essas coisas que nos preocupam — devemos tornar as nossas petições conhecidas, e Deus irá removê-las todas? Não, Paulo não diz isso. Ele nem sequer as menciona, não diz uma palavra a respeito. Para mim essa é uma das coisas mais notáveis da vida cristã. A glória do evangelho é esta, que ele está preocupado conosco, e não com nossas circunstâncias. O triunfo final do evangelho pode ser visto nisto, que não importa quais sejam nossas circunstâncias, podemos estar em paz e seguros. Não menciona nossa condição, não fala a respeito destas coisas que estão nos perturbando e nos deixando perplexos, não diz uma palavra a respeito delas. Elas tanto podem acontecer como não acontecer. Eu não sei. Paulo não diz que aquilo que tememos não vai acontecer — ele diz que seremos guardados, quer aconteça ou não. Graças a Deus, essa é a vitória! Sou transportado acima das circunstâncias, sou triunfante apesar delas
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quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Deus o sabe; Deus o faz – Lloyd-Jones


Não podemos fazer melhor que recordar a nós mesmos . . . a fé que moveu o povo de Deus através dos séculos. Essa é a fé e o ensino que se pode achar, por exemplo, nos hinos de Philip Doddridge. E típico este seu grandioso hino:

Deus de Betel,
por cuja mão ainda sustento dás;
nesta árdua peregrinação
levaste nossos pais.

Essa é a sua forte argumentação, com base última na soberania de Deus, que Deus é o Governador do universo, que Ele nos conhece um por um, e que mantemos relacionamento pessoal com Ele. Esta foi a crença de todos os heróis da fé, descritos em Hebreus 11. Isso foi o que fez com que aquela gente prosseguisse. Com bastante freqüência eles não compreendiam (o que ocorria), mas diziam: «Deus o sabe. e Deus cuida disso». Possuíam esta confiança final em que Aquele que os trouxera à existência, e que tinha um propósito para eles. não os deixaria nem os desampararia. Ele certamente os sustentaria e os guiaria ao longo da jornada inteira, até que se completasse o propósito deles neste mundo e Ele os recebesse em Sua morada celestial, onde passariam a eternidade em Sua presença gloriosa. «Não andeis ansiosos pela vossa vida, quanto ao que haveis de comer ou beber; nem pelo vosso corpo, quanto ao que haveis de vestir.

Não é a vida mais do que o alimento, e o corpo mais do que as vestes?» Proceda a argumentação, parte dos primeiros princípios e faça a dedução inevitável. Assim que você fizer isso, os cuidados, as aflições e a ansiedade se desvanecerão, e, como filho do nosso Pai celeste, você caminhará com serenidade e paz, rumo ao lar eterno.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Um clamor para que os céus se fendam O profeta Isaías, num profundo clamor pela intervenção sobrenatural de Deus na vida do se


 

Um clamor para que os céus se fendam

O profeta Isaías, num profundo clamor pela intervenção sobrenatural de Deus na vida do seu povo, clamou: “Oh! Se fendesses os céus e descesses!” (Is 64.1). Isaías está sedento pela presença manifesta de Deus. Isaías estava plenamente consciente de que nenhum poder da terra e nenhum recurso dos homens poderia trazer alento para o seu povo a não ser a presença de Deus. Essa é também a necessidade da igreja hoje. Não nos contentamos com templos bonitos. Não nos satisfaz termos um bom orçamento financeiro. Não é suficiente termos pessoas influentes na sociedade frequentando a igreja. Somente a presença manifesta de Deus pode levantar-nos para uma vida maiúscula e superlativa. Somente a presença de Deus pode encher-nos de entusiasmo espiritual. Precisamos desesperadamente de uma visitação extraordinária de Deus em nossa vida, em nossa família, em nossa igreja. Destacaremos, aqui, três verdades importantes:
1. o clamor pela presença de Deus só pode partir de corações sedentos por Deus. A igreja contemporânea tem sede de muitas coisas, mas está apática pelas coisas de Deus. Substituímos o Deus das bênçãos pelas bênçãos de Deus; o criador pela criatura; o doador pela dádiva. Construímos nossa própria torre de Babel. Celebramos o nosso próprio nome e contentamo-nos com as glórias da terra em vez de buscarmos com sofreguidão a glória do Deus eterno. O avivamento da igreja é a nossa maior e mais urgente necessidade. O avivamento, porém, acontece quando os céus se fendem e Deus desce com sua presença manifesta. O avivamento acontece quando a igreja anseia por Deus como um sedento clama por água e como a terra seca anseia pelas chuvas torrenciais. Ah, que Deus desperte nosso coração dessa letargia espiritual! Que Deus nos acorde desse sono da morte! É tempo de buscarmos o Senhor! É tempo de voltarmo-nos para Deus de todo o nosso coração!
2. o clamor pela presença de Deus tem o propósito de sermos inflamados pelo fogo divino. O profeta Isaías clama pela presença de Deus porque tem consciência da necessidade de ser aquecido pela presença manifesta de Deus como os gravetos são inflamados pelo fogo. Quando o Espírito Santo desceu no Pentecoste pousou sobre cada um deles como línguas de fogo. O fogo ilumina, aquece, purifica e alastra. Precisamos urgentemente rogar a Deus para que ele fenda os céus e venha sobre nós nos inflamar, aquecer e despertar para uma vida de entusiasmo espiritual. Não basta fazer a obra de Deus; é preciso fazê-la com entusiasmo. Não basta frequentar a casa de Deus; é preciso ter o coração aquecido. Não basta honrar a Deus com os lábios; é preciso ter o coração derramado na presença de Deus. Ah, falta vitalidade espiritual em nossa vida; falta vida em nossos cultos; falta aquela alegria indizível e cheia de glória em nossa adoração; falta calor espiritual em nossas orações. Que Deus tenha misericórdia de nós e fenda os céus e desça para nos despertar!
3. o clamor pela presença de Deus tem como propósito a vindicação da própria glória de Deus. Isaías ora para que os céus se fendam e clama pela presença manifesta de Deus não apenas para que o povo de Deus seja despertado, mas também, para que as nações reconheçam a glória de Deus e temam o seu nome. O avivamento é uma vindicação pela glória de Deus. Quando Deus fende os céus e desce para inflamar a igreja, a glória de Deus se manifesta entre as nações e os inimigos de Deus temem o seu glorioso nome. Quando a igreja perde seu vigor espiritual, quando seus cultos se tornam apáticos e cheios de formalidade; quando as brasas vivas se cobrem de cinzas e os crentes se tornam apáticos, abandonando o seu primeiro amor, o mundo se insurge contra Deus para zombar de seu santo nome. Ah, é tempo de clamar pela visitação extraordinária de Deus, para que ele fenda os céus e desça a fim de que os inimigos de Deus temam o seu santo nome. O avivamento acontece na igreja, mas transborda para o mundo. Quando Deus inflama o seu povo, o mundo reconhece que o nosso Deus é o único Senhor e teme o seu nome.