quinta-feira, 19 de maio de 2011

Eis o servo do Senhor – M. Loyd-Jones


Cristão é aquele que por necessidade tem que estar interessado em guardar a lei de Deus. . . Não estamos «sob a lei», mas a intenção de Deus ainda é que a guardemos; a «justiça da lei» é para ser «cumprida em nós», diz o apóstolo Paulo, escrevendo aos Romanos. . . Assim, é cristão aquele que está sempre interessado em viver e cumprir a lei de Deus. Aqui se lhe faz lembrar como é que se deve fazer isso.

Volto a dizer que uma das coisas mais óbvias e essenciais quanto ao cristão é que ele vive sempre cônscio de que está na presença de Deus. O mundo não vive desta maneira; essa é a grande diferença existente .entre o cristão e o não-cristão. O cristão. . . não é, por assim dizer, um livre agente. Ele é filho de Deus, de modo que tudo quanto faz o faz do ponto-de-vista de estar sendo agradável aos olhos de Deus. Aí está porque o cristão, necessariamente, deve ver tudo o que lhe sucede neste mundo de maneira inteiramente diversa de toda gente. . .

O cristão não se aflige por causa de comida, bebida, casa e roupas. Não é que ele diga que essas coisas não lhe importam, mas elas não constituem o seu principal interesse, não são as coisas pelas quais ele vive. O cristão não se apega demais a este mundo e seus lidares. Por que? Porque pertence a outro reino e a outro modo de ser. Ele não se retira do mundo; esse foi o erro do monasticismo da Igreja Católica  Romana.

O Sermão da Montanha não lhe ordena que fuja da > vida para viver a vida cristã. Porém diz, isto sim, que a sua L atitude é por completo diferente da do não-cristão, por causa da relação que há entre você e Deus, e por causa de sua total dependência dEle.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Taxa de entrada — nada; subscrição anual— tudo – Lloyd-Jones


. . .freqüentemente não reconhecemos a grandeza e o conjunto global da mensagem, não reconhecendo, igualmente, que a totalidade do ser humano deve também estar envolvida nela e por ela — «Viestes a obedecer de coração à forma de doutrina a que fostes entregues». O homem é. . . mente, é coração e é vontade. . .

Deus lhe deu mente, lhe deu coração, lhe deu vontade, pela qual ele pode agir. Pois bem, uma das maiores glórias do Evangelho é esta, que ele abrange o homem todo. . . nenhuma outra coisa faz isso; somente este Evangelho completo, esta visão total da vida, da morte e da eternidade, é que é suficientemente grande para incluir a totalidade do ser humano. E porque não logramos entender isso que surgem muitos dos nossos problemas. Nossa resposta a este Evangelho grandioso é apenas parcial. . .

Haverá ocasiões. . . em que você verá pessoas que se engajaram somente com alguma parte da sua personalidade — só a cabeça, só o coração, só a vontade. Estamos de acordo em que elas estão erradas. Sim, mas falemos com clareza. . . é igualmente errado dedicar apenas duas partes. É igualmente errôneo dedicar a cabeça e o coração, deixando de lado a vontade, ou a cabeça e a vontade, sem o coração, ou o coração e a vontade, omitindo-se a cabeça. . .

A posição cristã é tríplice; abrange os três fatores juntos, os três ao mesmo tempo, e os três sempre. Um Evangelho grandioso como este ocupa o ser humano como um todo, « se não estiver dedicado o homem todo, pense de novo qual é a sua posição. . . Que Evangelho! Que mensagem gloriosa! Ele pode dar plena satisfação à mente, pode mover o coração inteiramente, e pode levar a pessoa a uma obediência total e voluntária, no campo da vontade.

Esse é o Evangelho. Cristo morreu para que fôssemos seres humanos integrais, não para que apenas algumas partes de nós fossem salvas; não para que fôssemos cristãos em pedaços irregulares do nosso ser, mas para que haja uma obra completa e equilibrada quanto a nós.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

A única esperança do homem - o Evangelho – Lloyd-Jones



Quão trágico é que a humanidade carrega desde há muito a culpa do erro estulto de inverter a verdadeira ordem da religião e da moralidade! Pois na hora em que são colocadas em sua posição certa, a situação se altera total-mente. Precisamente do modo como falha a moralidade, quando sozinha, o Evangelho de Cristo obtém êxito. Ele co-meça com Deus e existe para glorificar o Seu santo Nome. Ele restabelece a correta relação do homem com Deus, reconciliando-o com Ele através do sangue de Cristo. Ele diz ao homem que este é mais importante que as suas ações e que o seu ambiente, e que quando o homem se endireita, este necessariamente endireitará suas ações e o seu ambiente.

O Evangelho atende às necessidades do homem integral — corpo, alma e espírito, intelecto, desejo e vontade, dando-lhe a mais elevada visão de todas, e enchendo-o de paixão e desejo de viver bem a vida, a fim de expressar gratidão a Deus por Seu maravilhoso amor. O Evangelho lhe prove poder; das profundezas de sua vergonha e desgraça, resultantes do seu pecado e queda, o Evangelho o restaura, assegurando-lhe que Cristo morreu por ele e por seus pecados, e que Deus o perdoou. O Evangelho o chama para uma nova vida e para um novo começo, prometendo-lhe poder que vencerá o pecado e a tentação e, ao mesmo tempo, o capacitará a viver a vida que ele crê e sabe que deve viver.

Aí, e somente aí, se acha a única esperança para os homens e para o mundo. Tudo mais foi experimentado e falhou. A falta de fé em Deus, de temor a Deus, é o maior pecado; é o pecado central. Ê a causa de todos os nossas demais problemas. Os homens devem voltar a Deus e recomeçar com Ele. E — louvado seja Deus — o caminho que devem seguir para fazê-lo ainda está amplamente aberto em «Jesus Cristo, e este crucificado».

terça-feira, 10 de maio de 2011




O IRMÃO ASNO. 10 DE MAIO DE 2011

(Uma das causas de depressão espiritual) — condições físicas. Alguém está surpreso? Há quem defenda a idéia de que uma vez que ..você se tornou cristão, não importa quais sejam as condições do seu corpo? Bem, se você crê nisso, ficará logo desiludido. As condições físicas desempenham sua parte nisso tudo. . . há certas indisposições físicas que tendem a promover depressão. Thomas Carlyle, suponho, é uma notável ilustração disso. Ou, por exemplo, o grande pregador que pregou em Londres durante quase quarenta anos no século passado — Charles Haddon Spurgeon — um dos verdadeiramente grandes pregadores de todos os tempos. Aquele grande homem era sujeito a depressão espiritual, e a principal explicação, no caso dele, era sem dúvida que ele padecia de artrite, enfermidade que, finalmente, o matou. . .


E existem muitos, acho eu, que vêm falar comigo sobre estes assuntos, em cujo caso parece-me bem clara que a causa do distúrbio é principalmente física. . . fadiga, esforço demasiado, doença. Não se pode isolar o espiritual do físico, porquanto somos corpo, mente e espírito. Os maiores e melhores cristãos, quando fisicamente fracos, estão mais propensos a um ataque de depressão espiritual do que em qualquer outra ocasião, havendo nas Escrituras grandes ilustrações desta verdade.


Digamos uma palavra de advertência neste ponto. É preciso não esquecer a existência do diabo, nem permitir-lhe que nos faça cair na armadilha e considerar espiritual aquilo que é fundamentalmente físico. Mas precisamos ser cuidadosos em todos os lados, ao traçarmos essa distinção; porque se você ceder passo ao seu estado físico, tornar-se-á culpado em sentido espiritual. Se, contudo, você reconhecer que o físico pode ser parcialmente responsável por sua condição espiritual e fizer concessões a esse respeito, estará bem mais habilitado a tratar do espiritual.